
Hoje o post é longo, aviso já!
Hoje assisti a uma conversa bastante interessante. Tudo começou porque a X falava de relações pela net, e que duvidava que tal fosse realmente possível. Aí, a Y disse que tinha tido uma experiência e que não tinha achado piada alguma. Deixe-me apenas a ouvir...
Hoje assisti a uma conversa bastante interessante. Tudo começou porque a X falava de relações pela net, e que duvidava que tal fosse realmente possível. Aí, a Y disse que tinha tido uma experiência e que não tinha achado piada alguma. Deixe-me apenas a ouvir...
A Y dizia que tinha sido uma desilusão completa, pois já falavam há bastante tempo, e que se tinha criado entre os dois uma relação muito simpática. A única coisa que tinham trocado além de umas fotos de rosto, tinha sido os tlms, pelo que por vezes até falavam. Sempre tinham dito que o que era de facto importante era o interior da pessoa e que o exterior era apenas um complemento. Criou-se entre os dois uma relação muito bonita, onde apertava por vezes a saudade, a vontade que os dias corressem o mais depressa possível até a próxima oportunidade de se falarem. Ela pensava nele constantemente, ele o mesmo. De certa forma poderia dizer-se que se completavam. Algumas palavras começaram a ser ditas, e tanto um como o outro diziam o que sentiam. Convém dizer que estamos a falar de pessoas com idades entre os 37 e 40 anos. A relação continuou até ao dia em que se resolveram encontrar. A Y estava ansiosa e disse que o W também. Contavam os dias do encontro, e que idealizaram um dia fabuloso entre os dois.

Até aí tudo bem. Durante o percurso, ligavam um para o outro e diziam o quanto tinham sonhado com este dia, que seria memorável,etc etc etc. As expectativas eram muitas. Ela tinha a referência do rosto dele, e como já tinham dito que o exterior era secundário, tudo corria às mil maravilhas. Ele tinha exactamente o mesmo ponto de vista que ela. Sentiam-se muito atraídos, com muita vontade um do outro. Prometia um dia lindo. Quando os carros de encontraram, houve aquele impasse de quem tomava a iniciativa primeiro. Ele, o W, assim o fez, e foi ao encontro da Y. Tanto ele como ela pensaram imensas vezes na troca de olhares que iriam dar seguidos do grande beijo prometido, pois falaram disso imensas vezes..."Afinal...nem tudo corre como dizemos", relata a Y. "Ele de facto sorriu para mim, mas percebi no instante que a única coisa que ele se apercebeu é que eu não era bem uma top-model". "A tua cara é tal e qual como na foto" - disse W, ao que a Y disse "nunca te disse que não era", percebendo que ele tinha ficado desiludido com o aspecto dela (convém dizer que é uma mulher sensual e interessante, e pelos vistos ele precisa urgentemente de uma visita ao oftalmologista). Realmente foram beber um copo, pois os kilomentros que tinham feito assim o justificavam, mas a magia, o beijo, a troca de olhares caiu por terra. W não era bonito, mas isso não era importante para a Y. Ela mostrou-se tal como sempre fora com ele. Sincera, directa, sem rodeios. Ele não foi bem assim. Chegou a altura que a Y disse "desculpa lá não ser como esperavas, mas nunca esperava que ficasses tão desiludido. Afinal o exterior conta e pelos vistos muito, e tudo aquilo que pensavas que sentias era apenas uma ilusão." W, encavacado responde "Não estou desiludido, apenas surpreso". Y chegou a dizer "preferia que o encontro nunca tivesse acontecido, e que teria sido melhor manter a magia que existia apenas virtual. "Não és lindo, mas sinceramente não era isso que me importava. Queria sim conhecer o homem que me entendia, que me fazia bem, que me fazia sonhar." W calado, apenas brincava com o copo. Y depois de dizer o que disse, levantou-se e disse "vou só fazer algo que tenho que o fazer", e aproximou-se dele e beijo-o ternamente, sem ele ter tempo de fazer algo embora correspondendo. "Sabes W, olhei-te desde que cheguei e apenas vi a pessoa com quem sempre falei durante estes meses. Tu, quando chegaste, apenas viste a imagem. Posso dizer-te mesmo que gostei deste beijo, levo essa recordação, mas apenas isso, um beijo. Sempre ponderei bem o que sentia, e nunca criei um "boneco" lindo, de corpo maravilhoso de ti. Eras tu e mais nada. Tu não. Para mim contam as acções, os sentimentos, para ti não, e neste momento, nem sei qualificar bem o que pensar sobre o que esperavas de mim. Mas ao menos posso dizer que no tempo que durou, foi bonito. Sê feliz". Y pegou nas chaves do carro e saiu. W ficou sem dizer uma palavra. E assim acabou uma "linda e mágica relação".

Fiquei a pensar, e formulei algumas questões.
Será que nestes casos, será melhor a magia continuar apenas virtual onde apenas eleva o nosso ego?
Será que o que idealizamos, o que sonhamos e chegamos mesmo a imaginar, é apenas isso, um sonho, uma ilusão?
Um corpo é o mais importante? Ele reage, é certo, mas reage a impulsos comandados pela mente. Então o que é mais importante?
Quando iniciamos uma relação, afinal é pelo o corpo ou pela empatia que sentimos?
Quando sentimos vontade de beijar alguém, é a pessoa em si, ou o raio do corpo apenas?
Eu tenho uma opinião muito minha sobre este caso. Não sou a Madre Teresa de Calcutá que era muito boazinha, que pregava o bem, ajudava os pobrezinhos (embora até ache que a senhora até fez um excelente serviço), mas para mim, neste caso a coisa apenas se resume a uma coisa. Honestidade.
"epá, gosto muito de ti, és uma porreira, mas se calhar não era bem como esperava. Desculpa lá, tá?". Pode ser duro para quem ouve, mas ao menos foi verdadeiro.
"para mim o que mais conta é o interior, nada mais, e quero-te na mesma, embora não saiba como és", será mesmo? E se a pessoa que depois de apresentar à tua frente tenha apenas 145kg? Aqui, vai mas é contar a história à carochinha, ok?
Para mim isto não dá.
Há sim que ser sincero, nada mais.
Não sei ser de outra forma.
Ao escrever este post, só me lembrava desta música...
Ahhhhhh, aviso já que não sou top-model (risos).
12 comentários:
bem. esta historia para quem vive mesmo q de forma esporadica este mundo virtual.. é possível q ja se tenha vivido algures no tempo.
também eu tenho a minha opinião sobre o assunto.
mas para além dessa opinião que a guardo, posso dizer que mais tarde ou mais cedo é bom que esses tipos de relações virtuais tenham uma continuação para além da virtualidade dê para o torto ou não, a sinceridade acima de tudo, é certo, mas quando alguém põe a fasquia demasiado alto corre esse risco...
sabes, quando tu vês alguém na rua. só tens a imagem exterior, não consegues fazer a mais pequena ideia (tirando certos casos muito fáceis de ler) de como é essa pessoa por dentro...
(este comentário tb ja ta longo)
conversa com pano para mangas...
mas gostei de ler este teu post. longo... mas nao dei conta!
beijo terno
Sinceramente... acho que deve haver um mínimo de quilíbrio entre o corpo e o carácter da pessoa.
De nada adianta um corpo bonito, se a pessoa é insuportável. Mas, para ser sincera, uma personalidade generosa, simpática, meia, é extremamente importante, mas o corpo deve ser também minimamente atraente (requesitos mínimos ahahaha).
Eu diria realmente que o interior é mais importante, mas o exterior não deve ficar muito atrás.
Enfim... equilíbrio.
Concordo com o comentário de cima. Na minha opinião deve haver um equilibro minimo entre o carácter e a maneira de ser da pessoa...
Pequenos, grandes detalhes!
Ora cá esta mais um tema interessantíssimo. Pois, a net, as relações interpessoais, o ser e o parecer, os castelos que se constroem sem alicerces.
Obviamente há uma diferença grande entre o sentir, o gostar e o aceitar.
Há aqui uma possibilidade enorme de também esta situação não ter passado de um problema oftalmológico (risos).
Isto reporta-me para um ditado popular que diz "Quem o feio ama, bonito lhe parece".
Já agora, e antes que me esqueça, aviso que não peso 145 Kg, mas também eu não sou top-model :)))
Beijcas.
Bem, gostei de te ler, gostei de todos os comentarios, e por ser um longo post que merece um ongo comentario, eu prefiro não o fazer pois estou sem palavras neste momento :)
Beijinho
Fênix
Um tema bem puxado à conversa aqui pela nossa amiga Shadow, a minha opinião é de q a sinceridade em primeiro lugar, a partir daqui podemos passar para o fase seguinte, a da beleza interior e da exterior, eu como sincero q tento ser considero q a normalidade da vida é as pessoas sentirem-se atraídas por alguem quando primeiramente existe alguma chama fisica q nos atrai caso contrário seremos mais frios e não haverá lugar a explorar o interior da pessoa ao ponto de se gostar ou não.
As amizades virtuais têm como tendência um elevar tanto do grau de exigência como das espectativas, daí o facto de quando se dão encontros fisicos de "amigos" da rede por vezes ocorrem desilusões devido a esse mesmo facto, o elevado nivel de espectativa criada.
Como isto está também a ficar longo, vou ficar por aqui tendo a certeza q haveria muito mais para se dizer :)
Bjs
P.S. as pessoas q andam pela rede são todas feias, gordas e pesam mais de 180 Kg, se estas forem as espectativas aquando de um possivel encontro ficamos todos, ou quase todos contentes com o q poderemos encontrar :))))
*
realista prosa,
frontal, franca . . .
,
conchinhas,
,
*
Pensei....pensei e depois não resisti e aí vai uma "espécie" de comentário:
-Como dizia o Vinicius... as feias que me perdoem, mas beleza é fundamental..."estou a citar de cor"!
- Claro que o Vinicius se referia à beleza "interior", no que eu concordo em absoluto!
Até era meu hábito, quando elogiava a beleza de alguma mulher, dizer assim, por ex:
- Que lindo fígado que possui! E essa mucosa gástrica que maravilha; faz lembrar um dia primaveril!
E os pulmões... que obra de arte da Natureza! Que bela coloração possuem! Já no que diz respeito ao pâncreas..... bom de beleza interior já está!
Relativamente às "virtualidades do virtual". Pois, lembrei-me agora que... Pois!
Apenas me resta dar os parabéns pelo texto e ficar "preparado" para as possíveis consequências de este meu comentário!
Machista, etc, etc.
Claro que não és uma top-model... és uma shadow...
Olha, este assunto é muito complicado...
Resumindo, a minha opinião é a seguinte:
Conhecer outra pessoa sem ter a imagem dela, tem a vantagem de ser mais fácil conhecê-la melhor, porque elimina o "ruído" que o corpo introduz no conhecimento interior.
Mas numa relação para além da amizade, o corpo também conta, e muito, ainda que o interior deva ser o mais importante.
Para mim há sempre 2 químicas: uma física e outra intelectual (interior). Sem ambas, nada feito...
Daí que às vezes seja melhor dizer
"Sabes que eu posso…
Mas eu não sei se quero.
Talvez eu não te queira encontrar agora
para não te perder depois".
Beijinhos.
Penso que a maior parte das pessoas, não é verdadeiramente seria, por vezes as proprias deixam passar a imagem que gostariam de ter,ou querem chegar ao outro e exite muita falsidade, por vezes vemos pessoas que fazem poesia e parecem pessoas muito sensiveis, mas quando as conhecemos é tudo fantasia, pessoas egocentricas onde a poesia é só fachada, depois o virtual cria muitas ilusões, enfim não é facil
beijinhos
olá amiga,
Longo mesmo... rsrsrs
Existe sempre um risco de desilusão de parte a parte...
Apenas acho que antes de um encontro as pessoas devem-se tentar conhecer o melhor possível...
E talvez tenha sido o que eles fizeram, mas é impossível eliminar estes riscos, mas ao mesmo tempo considero que estes casos não devem ser exemplo que negue outras situações que correm bem, porque há gente boa e honesta por aí...
Beijinhos
Colibri
------
As minhas últimas rapidinhas nos blogs…
Quero de volta o meu grito de guerra!
Parte 7 – As casas de adobe...
Macros do outro mundo (parte 1)
Tenho novo Blog – Cair na Gandaia (Só é obrigatório rir…)
Bem eu tive uma longa historia que começou por ser virtual, até que um dia resolvemos nos encontrar.
E foi lindo...ele era lindo exteriormente, mas a tal magia que nos rodeava era superior a qualquer caracteristica fisica.
Bem, e ele tambem gostou do que viu. :) Durou dois anos e tal...no entanto muita coisa aconteceu e chegou ao fim, julgo eu.
Mas tambem ja me arrependi de encontrar pessoalmente outras pessoas da net, nao pelo aspecto fisico, mas sim , porque eu acho que a tal magia não é a mesma em todos os casos e por isso dissipa-se aos poucos.
São casos,
adorei a historia, :)
Enviar um comentário